sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Nossa relação com o tempo

A relação que fazemos do tempo é algo muito interessante. Um mesmo intervalo de tempo pode ser considerado demorado ou curto, rápido ou longo. Tudo vai depender das referências dos acontecimentos em nossa vida. É o tempo quem vai determinar o momento, marcar a época, definir a ocasião.



Quando somos crianças, o tempo de duração das aulas parece tão longo, mas o tempo do recreio nos parece curto demais. As horas que passamos fazendo tarefa de casa parecem nunca ter fim, enquanto as horas que passamos brincando com nossos amigos parecem passar tão rápido.

Na fase da adolescência, vem o tempo do beijo, sempre demorado; o tempo de sair à noite com amigos, sempre limitado demais; o tempo de fazer dezoito anos, um tempo que nunca chega.




Entramos na faculdade e o tempo do curso parece nunca terminar. Quatro, cinco, seis anos ou mais que parecem durar uma eternidade. Sem falar das provas em que o tempo nunca parece ser o suficiente para terminá-las.



E aí o tempo nos traz as responsabilidades da família, do trabalho, onde o intervalo de 24 horas do dia nos parece curto demais para darmos conta de tudo que temos para fazer. Temos a impressão de que sempre falta tempo.


E essa relação do tempo continua sempre mudando e tendo pesos diferentes. Em um jogo de futebol, os três ou quatro minutos de acréscimo parecem uma eternidade para o time que está vencendo, mas tão pouco para o que está perdendo.


Um centésimo de segundo, um tempo que parece nada de tão curto, é um tempo valioso para praticantes de esportes como natação, automobilismo, atletismo, entre outros. Uma ou duas horas para assistir um filme, um show ou ‘jogar conversa fora’ com os amigos, é um tempo que passa tão rápido, mas esse mesmo tempo para ler um livro, fazer uma oração, dedicar-se a uma ação humanitária, ‘jogar conversa fora’ com os pais, é um tempo que demora muito a passar.

O tempo é uma ironia. A ironia é do tempo.

E o tempo, mais uma vez o tempo, vai determinar as referências na nossa vida.

O tempo de nove meses da gestação. O tempo das cólicas. O tempo do parto. O tempo do choro do bebê. O tempo da primeira palavra. O tempo do primeiro passo. O tempo da primeira bronca. O tempo do primeiro machucado. O tempo do primeiro aniversário. Enfim, o tempo da vida.



Vida que um dia cessará com o tempo. É o tempo da doença, o tempo da velhice, o tempo da despedida, o tempo da morte. É o fim do tempo. Demorado, curto, rápido, longo, é o tempo quem trará a resposta.

E o tempo só vai, não volta. O tempo é único. O tempo deixa lembranças, saudades, arrependimentos, recordações e, principalmente, aprendizado, reflexão e lições de vida.



E cada um destes tempos marcará nossa existência de maneiras diferentes. Por isso, aproveite bem seu tempo para um dia, não precisar dizer que foi perda de tempo.

Autor: Shiguero Iwake
Economista