quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Importância para o Planejamento dos Acertos nas Previsões

É quase impossível fazer o planejamento de uma ação individual ou empresarial sem fazer previsões. São elas que dão os indicativos de quantidades, tão fundamentais para a definição de um planejamento. E as previsões podem ser do comportamento do tempo, do comportamento do consumidor, do montante a ser produzido ou vendido e do preço ao qual se conseguirá comprar insumos e vender produtos em determinada época, entre tantas outras variáveis.

Quando se pede a qualquer pessoa para fazer uma previsão sobre algo, a principal reação manifestada é de que se está considerando que a mesma tem uma bola de cristal. É assim que a maioria das pessoas reage. Muitos, inclusive, chegam a dizer que não conseguem responder porque não tem a tal “bola de cristal”. Mais ou menos dão a entender que a elas foi pedido demais. Todavia, é sim possível fazer previsões com base em informações passadas ou presentes. O problema é que, em primeiro lugar, não se tem o hábito, particularmente nas empresas, de apurar e guardar as informações pertinentes ao negócio e ao mercado onde se atua. Em segundo lugar, e mais difícil ainda, poucas pessoas têm a capacidade de fazer a leitura de um cenário futuro com base nas informações disponíveis – quer sejam elas passadas ou presentes.

Alguém quer um exemplo do quanto isso realmente é difícil? Basta olhar as manchetes dos jornais e ver o quanto a cidade de São Paulo se equivocou na previsão do número de turistas a visitá-la durante o evento da Copa do Mundo que, contrariamente ao que muitos pensam, não é Copa do Mundo do Brasil - é Copa do Mundo da FIFA. “De acordo com dados do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), que reúne 71% de todos quartos de hotéis operados por empresas de rede (como Accor, Meliã, Othon, etc), apenas 24% de todas estas unidades foram vendidas na capital paulista.” Disponível no site http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/a-50-dias-da-copa-hoteis-de-sao-paulo-tem-76-de-vagas.

Nesse momento, muitos se lembraram que a ocupação da rede hoteleira de São Paulo é mantida pelo chamado turismo de eventos. E com a realização da Copa do Mundo foram suspensos os eventos na cidade. Então, se essas informações tivessem sido levadas em consideração na hora certa, há pelo menos uns dois ou três anos atrás, seria sensato pensar que exatamente no período da realização da Copa do Mundo a cidade teria que pensar em promoções de eventos e dadas as dificuldades para organizá-los, baixar os preços das acomodações, para aumentar a sua atratividade e aumentar taxa de ocupação dos hotéis, irradiando negócios outros para a cidade inteira.

Contrariamente, além de não prever a organização de eventos, os preços das acomodações, inicialmente, ainda subiram. Vejam bem: duas atitudes em direção contrária ao que precisava ser feito. E vejam que isso ocorreu no coração financeiro do Brasil. Na maior cidade do País, onde está a maior rede hoteleira e as maiores empresas de consultoria e de pesquisa de mercado do País. E mesmo assim, a situação parece demonstrar que houve uma interpretação equivocada do cenário.

Hoje, faltando menos de dois meses para o início do evento e com essas informações fica bem mais fácil de se fazer essa leitura. E a dois ou três anos atrás, era tão fácil assim? Se fosse, com certeza o encaminhamento dado teria sido outro. Parece que todos se prenderam a um paradigma, ou seja, de que a Copa do Mundo da FIFA, tendo a cidade como sede, seria suficiente para suprir de turistas a falta que a não ocorrência de eventos provocaria.

O que se quer dizer com isso? Não se quer dizer somente que São Paulo se equivocou. Quero mostrar o exemplo de como é difícil prever certo. E sempre, quem tem essa capacidade de olhar à frente - às vezes até alguns anos à frente - e interpretar corretamente um cenário futuro, não deve ter bola de cristal, mas sim uma das capacidades do ser humano mais fundamentais e indispensáveis para a obtenção de sucesso pessoal e profissional. Essa é uma daquelas capacidades que explicam porque algumas pessoas – parece que do nada, de repente - progridem extraordinariamente. Aí muitos dizem que é pura sorte. Pode até ser sorte, não vou dizer que não. Mas é, principalmente, posse de uma daquelas capacidades que eu gostaria de ter muito bem desenvolvida e aperfeiçoada.

E em você, nosso leitor, essa capacidade é grande? O que você faz diariamente para desenvolvê-la? Trabalhar para o seu desenvolvimento ajuda muito. É trabalho puro, porém com garantia de excelentes resultados. Pense nisso e boa semana!!!

Alfredo Fonceca Peris